Diário de Mercado na 3ª feira, 08.11.2016
Eleição norte-americana dominou os holofotes.
Mercado antecipou a vitória democrata e bom-humor prevaleceu.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e
Rafael Freda Reis, CNPI-P
Nesta 3ª feira, que marcou o último dia de negociação nas bolsas ocidentais antes do conhecimento do futuro chefe de Estado da maior economia do planeta, os noticiários e análises do dia foram lacônicos, e apenas aguardam o desfecho do pleito que elegerá a democrata Hillary Clinton ou o republicano Donald Trump, cujo resultado está estimado para divulgação pouco após a meia noite, com as prévias de apuração da costa oeste tradicionalmente antecipando o vencedor.
Ao longo do dia, muito se especulou e o sentimento que prevaleceu entre os agentes foi a consolidação da vantagem da candidata democrata, que deu ânimo renovado aos mercado acionários em âmbito global.
Ibovespa
Por aqui, o Ibovespa abriu a sessão em queda, assim permanecendo até aproximadamente 13h, quando inverteu o movimento, embalado pelo fôlego vindo do exterior.
Ao final do dia, entretanto, o ânimo cedeu, e o benchmark da bolsa brasileira encerrou os negócios próximo à estabilidade, aos 64.157 pts (+0,17%), acumulando agora +4,16% na semana, -1,18% no mês, +48,00 no mês e +36,74% no ano. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,28 bilhões, com o mercado à vista somando R$6,87 bilhões.
Capítais Externo na Bolsa
No último dado disponível, em 3 de novembro, ocorreu saída líquida de capital externo de R$ 777 milhões, contabilizando retirada de R$ 1,167 bilhão em novembro, mas, com o acumulado do ano em positivos R$ 16,35 bilhões.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, a inflação medida pelo IGP-DI (FGV) registrou em outubro um pequeno avanço de 0,13% na margem mensal, considerada positiva ao vir abaixo da média das estimativas de mercado (em +0,24%), e não muito distante do dado de setembro (+0,03%).
No acumulado em 12 meses, o indicador cedeu a para 7,99% contra 9,70% apurados no mês anterior. Na decomposição do indicador, observou-se que o principal responsável pela variação no período foi o componente que representa o varejo.
O IPC-DI passou de uma inflação de 0,07% no mês de setembro para 0,34% nesta leitura. Em menor grau, analogamente, o IPA-DI, que mede os preços do atacado passou de uma queda de 0,03% para uma alta de 0,04% enquanto o INCCDI, que mede a inflação na construção civil avançou de 0,21% para 0,33%.
Na Europa, dados de produção industrial divulgados na data decepcionaram, denotando ligeira desaceleração no comparativo mês a mês no Reino Unido e esfriamento significativo na Alemanha, vindo ambos abaixo das estimativas dos agentes.
Juros
No mercado de juros, refletindo incremento do viés favorável à vitória da democrata Hillary Clinton - a favorita do mercado - nas eleições presidenciais norte americana, as taxas de juros recuaram ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros na sessão.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar deu continuidade à trajetória de queda perante o real com mais um capítulo da dissipação do “risco Trump” e uma maior probabilidade de ascensão da candidata democrata Hillary Clinton – precificada como preferida pelos investidores.
Assim, a divisa norte-americana encerrou cotada a R$ 3,1730 (-1,06%), acumulando -1,80% na semana, -0,56% no mês, -19,89% no ano e - 15,57% em 12 meses. O CDS (Credit default Swap) brasileiro de 5 anos recuou para 364 pontos, versus 270 pts de ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 08.11.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Rafael Freda Reis, CNPI-P, analistas de investimentos do BB Investimentos